segunda-feira, 23 de junho de 2008

SONHOS DE UM POETA ESPIRITUALISTA


O POETA FALA PARA O COSMOS:



Embora seja filho das estrelas, em carcaça dura e lenta se encarnou.

Com saudades do "lar", sabe que não merece voltar se não fizer o "dever de casa".

Trouxe muitos sonhos na mente a romper seu coração.

Sonhos etéreos e sutis que transcendem suas limitações e condições humanas.



Limitações egóicas quando se juntam a sonhos angélicos produzem lágrimas.

Geram faíscas conscienciais oriundas do contraponto terra / ar e fogo / água.

Porta os sonhos da Espiritualidade Maior defronte suas fraquezas humanas.

O conhecer corrói suas limitações lentamente como ácido,

Enquanto as transforma em sabedoria através da alquimia interior.



Se sente só no meio de todos com ar circunspecto,

Percebe que poucos compreendem o sentimento inefável de seu peito.

Quando não encontra palavras, o poeta escreve flutuando em suas músicas suaves.

Quando não consegue escrever, as lágrimas se esvaem num rosto quase sereno,

Que possui consciência que a pressa e o desespero só fazem piorar.



Enquanto não encontra o efêmero abraço sistêmico de outra alma que o compreenda,

Ele olha para o horizonte conversando com o Eterno.

A noite se enamora do silêncio reflexivo, enquanto admira a lua e se embebeda nos seus sonhos.

Sonhos estes que ao inebriar sua alma talvez o façam sofrer ou talvez motivem seu viver.



São o anestésico da vida imerso no caos social e na acidez humana.

A lenda do médico e o monstro se fazem presentes em sua mente.

Sonhando, quer fazer o que não pode e ser o que não é.

O monstro da realidade quase sempre destrói seus ingênuos sonhos de criança evolutiva.



Perdido em si mesmo, tenta encontrar o Absoluto.

Inadequado social, tenta se ajustar ao espiritual.

O espírito de fuga confronta o espírito de luta no campo de seu coração,

Enquanto sua mente tenta discernir o melhor.



Enquanto viaja de ônibus, o poeta reflete, sonha, avalia e escreve.

Enquanto descansa na praia, conversa com o mar e o sol, se inspira e escreve.

Enquanto espera na recepção do consultório, sonha, se inspira e escreve.



É o poeta sonhador que carrega o coração nas mãos, enquanto sua mente alça vôo nas estrelas, procurando o rumo do "lar".

Em suas expansões de consciência se acopla com espíritos de luz e acessa egrégoras inefáveis.

Sente e parece que sabe, mas noutro momento se sente imerso na ignorância de sua própria humanidade.



Gostaria de ser um anjo, mas mal controla os pensamentos e os intestinos.



O COSMOS FALA AO POETA:



Pois é poeta,



Você tem o direito a unir sua mente, seu coração e sua caneta, enquanto flutua na música dos corais dos anjos.

Mas depois deve largar a caneta dos sonhos e ir pegar a "enxada da vida" para poder pagar as contas e manter a pouca dignidade física e social que lhe resta.

Viva no mundo sem ser do mundo.

Melhor que ser poeta, é praticar a espiritualidade das pequenas obras no cotidiano e escrever sobre elas.



Quando se lança a "luz" nos homens, os cegos continuarão cegos e os que desejam permanecer de olhos fechados, também continuarão a não ver,

Mas quando se lança a semente de mostarda de "luz" do esclarecimento consciencial nos chacras coronários da humanidade, no dia que dona dor e o doutor karma a visitarem, esta semente será fertilizada e eclodirá o broto espiritual em muitas vidas antes renegado.

O poeta sonhador encara o doutor karma e a dona dor na vida presente em que o broto espiritual germinou em seu coração.

Nem se lembra quem a plantou em seu chacra coronário numa dessas vidas alhures.

É a interseção consciencial do gradual morrer do monstro do passado, com o germinar do anjo do futuro.



Um ser desperto um dia se estabelecerá, mas enquanto este dia não chega, o poeta escreve e remete os recados das estrelas, para quem se afiniza com seus escritos e energias.

Enquanto o poeta não tem mérito para voltar para "casa" ele escreve extravasando o ímpeto de seu coração e cumprindo a obrigação de seu dharma.



Às vezes ele chora, às vezes ele ri, às vezes se orgulha e as vezes se sente desprezível, mas não para nunca!

Ele escreve, escreve, escreve...



Na esperança e no trabalho de cada dia, poder melhorar mais sua sintonia espiritual, melhorar seu padrão vibratório consciencial e melhorar a qualidade de seus talentos.

Seja no sol ou na chuva, de dia ou de noite, no caos ou na ordem, na entalpia ou na entropia, o poeta escreve e sempre escreverá.



É seu caminho e sua responsabilidade que o próprio escolheu.

Fique com Deus e com nossa poesia.



O POETA FALA PARA O MUNDO:



Eu dedico este texto aos seres de coração frio, aos técnicos calculistas, aos arrogantes "evoluídos", aos intransigentes e fundamentalistas, pois pelas Leis Evolutivas TODOS terão um dia que trilhar os caminhos do coração.



Somente pelo chacra cardíaco através da paciência da modéstia, do perdão, do servir, do trabalho útil e da compaixão se acessa o Lótus das Mil Pétalas (Portão de Brahman) a fim de alcançar o Mahasamadi (plena consciência cósmica).



Paz, Amor e Luz é o que este modesto poeta deseja.


Este texto foi iniciado numa sala de espera de um consultório e terminado em casa.

Dalton Campos Roque